domingo, 14 de setembro de 2014

O compromisso que não se tinha

Segunda-feira, aquele dia chato de voltar à rotina. Deu a hora do almoço e lá fui eu pra minha sessão de terapia sagrada de toda semana. Desabafo vai, desabafo vem e entramos num assunto sobre comprometimento. Ah, fácil! Esse é praticamente meu nome! Se eu assumo uma responsabilidade com algo ou alguém não vou decepcionar! “E quando são coisas pra você, Renata? Esse compromisso todo é refletido?”, questionou a psicóloga. Um minuto de silêncio depois veio a reflexão. Espera aí, doo todo meu tempo à empresa, mas estou sempre cansada para sair? Passo horas de almoço trabalhando, mas sempre reclamo que não tenho tempo para fazer minhas unhas? Tenho preguiça de passar meus cremes noturnos, mas abro meu laptop quando chego em casa e fico trabalhando até altas horas? O problema é falta de energia? Definitivamente não! O problema é foco de energia. Falta cuidado, carinho, dedicação de mim, comigo. Falta COMPROMISSO meu, comigo. Falo tanto de amor próprio e nunca percebi que estava em falta por aqui. Nossa, parecia que alguém tinha estalado os dedos e me acordado de um estado hipnótico. Percebi que passei minha vida toda tentando atender às expectativas dos outros, mas as minhas, na verdade, eu nem conheço direito.

Saí do consultório com a cabeça acelerada, lembrando de várias situações que coloquei o outro antes de mim, das mil vezes que me deixei de lado e me anulei. Como despertar em alguém a vontade de se comprometer comigo se nem eu mesmo fazia isso? Falo principalmente das coisas do coração, mas não exclusivamente, se estendendo também pra amigos, trabalho e família. Tratei de marcar horário com a manicure, tirar do fundo do armário todos os produtos de beleza que usei no máximo duas vezes e encalharam (alguns até venceram) e estabeleci a meta de passar pelo menos o quarteto maravilha base-rímel-batom-blush para sair de casa. Vou falar mais “não” e colocar mais o meu modo de pensar. Não vou mais me contentar com migalhas e vou atrás do que eu mereço e não do que “é isso que tem pra hoje”. É incrível como esse despertar renovou minhas energias e minha forma de pensar. Até o “enjoy yourself” que me professor de inglês fala ao fim de cada aula faz mais sentido pra mim!

Hoje eu estou em um relacionamento sério comigo. Disse o “sim, eu aceito” e prometi ser fiel, me amar e, principalmente, me respeitar, hoje e em todos os dias da minha vida. E assim começa o meu felizes para sempre. 

[Imagem: Reprodução]

sábado, 21 de junho de 2014

Não era pra ser...pela milésima vez

Você tenta, abre a cabeça e dá chance ao desconhecido. Livra-se dos pré conceitos e se convence de que tudo o que pensa é conclusão precipitada. Ok, topo a saída! Mesmo desanimada você trabalha sua mente para o tocar sua vida e o famoso "depois  reclama que não conhece ninguém novo!". Chega o dia e a hora...e tudo fica extremamente esquisito. Aquele cara não deve ser desse mundo! Doidinho, num nível que te deixa até com uma pulga atrás da orelha. Chega pulando etapas, te beijando, como se estivesse seguindo um script. Cadê a conversa? Meu amigo, eu nunca te vi na vida! Pelo menos finge que tem interesse na minha pessoa e disfarça que está achando que vai me levar pro abate no primeiro encontro. Um moleque, que simplesmente não sabe medir a temperatura do momento. Aff viu?? Uma coisa que era para me afastar do "ex" acaba me deixando a um passo do colo dele! Ai que saudade daquela sintonia! Que falta que faz conversar. Você quer enterrar a história, mas o destino não colabora muito! Infelizmente uma história só flui quando o sentimento é recíproco, um lado só não supre a saudade e a falta que supostamente deveriam ser sentidos dos dois lados. Já desgastou, esgotou. A outra parte já mais do que demonstrou sua indiferença e consideração zero.O carinho, se realmente existiu, acabou do lado de lá e aceitar é preciso. Vida que segue, como vem seguindo depois de todos as frustrações que coleciono. A bagagem está pesada, o coração está calejado, mas a caminhada não acabou! No melhor estilo  Mônica Martelli: Não era pra ser...Não era pra ser...

[Imagem: Reprodução]

quinta-feira, 1 de maio de 2014

E a palavra é: Leveza

De forma leve que as coisas devem ser levadas. Duas pessoas se gostam e se dão bem, mas pela falta dessa leveza e do pré conceito do que viria pela frente, impedem uma história de ser vivida. As pessoas, às vezes, se baseiam em experiências passadas e associam namoro à cobrança e obrigação e não enxergam que as coisas podem ser diferentes. Se pararmos para pensar, a forma como se leva um relacionamento define muito mais a saúde e o tempo de duração dele do que a intensidade do sentimento. Tudo depende de como as duas partes encaram as dificuldades. Com leveza não há sentimento de obrigação, há compreensão e dois indivíduos lutando por um objetivo comum, que é fazer dar certo! Existe o lado bom de um relacionamento assumido. É companhia, companheirismo, cumplicidade...É dividir experiências, experimentar coisas novas. Mesmo com a vida moderna corrida, que às vezes parece que não temos tempo nem para respirar, dá para achar uma brecha para se dedicar à uma relação. Pode até ser uma vantagem se pararmos para pensar que tempo restrito gera saudade, faz valorizar o tempo juntos. A sensação é de ter um quebra-cabeça todo montado, faltando algumas pecinhas centrais que terminam de unir duas partes que se encaixam perfeitamente. Tem admiração, carinho, respeito, química, conversa que flui, interesses iguais e principalmente a vontade de estar perto. Falta só a peça do "vencer o medo de tentar". Pode ser arriscado e acabar com o que se tem hoje? Pode. Mas quem que dura pra sempre em algo indefinido? Cedo ou tarde as pessoas tem necessidade de serem assumidas, de construir coisas e planejar, nem que seja uma viagem no ano novo. E aí, vai ter valido a pena acabar com toda sintonia sem ela ter sido esgotada, sentida e vivida a até a última gota? Eu ainda aposto na tentativa, no abrir o coração sobre os medos e receios e nas conversas sinceras para a construção de algo saudável e prazeroso, da forma mais leve que um relacionamento deve ser!

[Imagem: Arquivo pessoal]

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Os dois lados da moeda

Ela

A data estava se aproximando e eis que chegou o tão esperado convite. Não é que ele realmente a convidou para o seu aniversário? A moral e os bons costumes mandavam ela negar até a morte que iria...mas seu coração acelerado não escondia. Ela podia enganar a qualquer um, menos a si mesma. Ela queria sim comparecer ao evento. Desanimou quando descobriu que dois dos quatro convidados que ela conhecia não iriam e, aproveitou que já queria assunto, foi falar com o aniversariante. Disse que tinha visto o convite, mas talvez não iria pois estava sem graça por não conhecer ninguém. Receosa com a reação dele, já havia colocado em sua cabeça que aquela conversa seria a definição de sua dúvida. Como todas as outras vezes, foi recebida com palavras de carinho, declaração de saudade e título de convidada de honra! Não tinha jeito, aquele frio na barriga era muito claro, ela tinha que ir à festa. Tomou sua decisão e recrutou sua principal companheira de aventuras para ir com ela. Nathália topava tudo e segurava sua barra sempre que precisava. Estava decidido: sábado, a partir de meio dia, elas estariam lá.

Começou então a segunda fase do sofrimento. Sua cabeça estava a mil por hora imaginando como seria. Ela simplesmente se tocou de que seria a primeira vez que se encontrariam sem estarem juntos. Como seria esquisito cumprimentá-lo sem um beijo na boca! E que desafio conter o instinto de carinho! Será que ele estaria pensando as mesmas coisas? Como será que ele iria recebê-la? E se ele fosse completamente seco? Nos seus quase 30 anos se sentia como uma adolescente de 16. Apesar da borbulha de questionamentos manteve sempre seus pés no chão. Seria o dia dele, várias pessoas para ele dar atenção e a filha com certeza estaria presente. Ela sabia que não era para esperar absolutamente nada. Na verdade ela nem sabia o que queria, se preferia manter as coisas como estavam, usando de toda sua racionalidade para se proteger ou se preferia ser pega de surpresa num canto qualquer com um beijo e uma frase do tipo “estava morrendo de saudade”. É como se qualquer final fosse satisfatório, pois, no auge da sua carência, só o fato de ter sido convidada já compensava.

Começando a fase 3 da loucura, era hora de pensar no modelito perfeito. De uma coisa ela tinha certeza, que não passaria despercebida! Queria provocá-lo, tanto no visual, quanto fazendo as pessoas comentarem sobre ela. Aff viu? Ele mal imaginava o que tinha feito com a cabeça dela com aquele convite. Na verdade ele mal imaginava o que ele representava pra ela.


Ele

Neste ano seu aniversário cairia num sábado e era fato que alguma coisa além de barzinho iria rolar. Fez sua lista de convidados e parou no nome dela, cheio de dúvida. Tinham conversado sobre eles dois e ficou oficializado o fim daquele caso. Mas ela ainda representava algo pra ele que sentia um carinho pra lá de especial por ela. Seria ótimo aquela presença no seu dia. O convite então foi feito! Era uma ótima oportunidade de revê-la já que pelo combinado na conversa definitiva eles não sairiam mais. E se tinha outra coisa que ele sentia era saudade! Em 3 anos solteiro finalmente tinha encontrado alguém tão especial, mas que infelizmente veio em uma hora meio errada. Em muito tempo era a primeira vez que ele tinha tempo para si mesmo. Investir na carreira, sair com os amigos ou passar um dia em casa fazendo nada sem ter que dar satisfação pra ninguém era algo que ele não tinha curtido quando era mais novo. Estava correndo atrás do seu crescimento profissional e o pouco tempo livre que tinha dedicava a mulher da sua vida, sua filha. Realmente o emocional foi deixado de lado, mas não foi fácil abrir mão daquela garota que tanto tinha a ver com ele e com quem se sentia tão em paz. Como um bom cara de fé que era deixou nas mãos de Deus, o famoso “o que tiver de ser, será”.

Após o convite feito ficou na expectativa, até que recebeu uma mensagem dela dizendo que não iria por não conhecer ninguém. Como assim?! ELE estaria lá! Ele não aceitou a recusa como resposta e se comprometeu a dar toda a atenção pra ela. A intitulou de convidada de honra e até deu carta branca para ela levar uma amiga. Ela pareceu ter mudado de ideia, mas ele ainda não estava confiante. Bom, não havia mais nada que ele pudesse fazer, só aguardar. E torcer para que ela aparecesse para dar o brilho especial no seu aniversário.

[Imagem: Reprodução]

terça-feira, 25 de março de 2014

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Cada vez mais próximos e ao mesmo tempo tão distantes! Esse novo mundo de todos conectados 24 horas por dia me intriga muito. Já pararam para pensar na facilidade que temos hoje de manter contato, dizer palavras de carinho, dar parabéns nos aniversários...? Como tudo está tão simples! Preciso comentar sobre a área da paquera? Acho que essa foi a que se tornou mais cômoda. Mas infelizmente, como nem tudo são flores, uma hora bate uma dúvida do que é vontade e do que é conforto.

Sinto saudade das ligações, daquela aparição de surpresa, do levantar a bunda do sofá e literalmente correr atrás. Falta aquele esforço de quem realmente quer, a saída da inércia. A super disponibilidade acabou com os encantos do querer, levando as pessoas ao caminho do mais fácil. Não responder no mesmo minuto um inbox te custa um convite. Se for mensagem no whatsapp já é corte de relação.

Tudo bem que quem não é visto não é lembrado, mas quem é sempre visto é banalizado. É como se aquela relação não fosse digna de cultivo e a pessoa, de cuidado, afinal, ela está sempre lá, a qualquer hora do dia! Recebe mensagem de madrugada? Responde meio sonâmbula. E no meio da festa? Para de dançar e conversar pra focar no celular. Como se o remetente da tão sonhada mensagem fosse prioridade, estando acima de qualquer outra coisa.

Eu sei que não é bem assim que o trem anda, que é só conhecermos alguém e nos encantarmos que quando menos esperamos estamos 100% doadas. Eu não responder de forma imediata uma mensagem dele? Jamais! Vem aquele fantasminha chamado insegurança trazendo o medo de perder. Mas é comprovado cientificamente (no meu mundo pelo menos) que o misterioso e o desconhecido despertam a curiosidade e o interesse. A dúvida do “o que será?” é muito mais intrigante do que o “é lá que ela está!”.

Que tal sermos mais discretas e sumirmos um pouco? Menos facebook diário e mais tempo entre a mensagem recebida e a resposta! Um poeta disse uma vez que “quem quer dá um jeito, quem não quer arruma uma desculpa”. O nome disso é peneira, que fará sobrar apenas quem faz questão. Assim,veremos acontecer um fenômeno que está em extinção hoje em dia, chamado ATITUDE, que as pessoas cismam em achar que se resume a algumas palavras digitadas. Vai ser menos “você não me respondeu” e mais “vim aqui te procurar”!

[Imagem: Reprodução]
(Revisão: Bianca Ferreira)